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Vasco Gil (1936-2021)
Faleceu o tenor Vasco Gil, cantor que manteve com o Teatro Nacional de São Carlos uma enorme ligação artística ao longo de vários anos.
Nascido em Lisboa, Vasco Gil estudou no Conservatório de Música e frequentou a Juventude Musical, tendo sido aluno de José Morais Pereira. Teve contacto com a ópera desde muito cedo, através do pai que era músico amador. Vasco Gil cantou em todas as grandes salas nacionais alguns dos mais conhecidos títulos do repertório.
O Teatro da Trindade e o Teatro Nacional de São Carlos foram os seus principais palcos de actuação no nosso país. Estreou-se no nosso teatro na temporada de 1961/2 com o papel de boiardo Kruchtchov da ópera Boris Godunov de Mussorgski, inserido num elenco que incluía o grande baixo Boris Chistoff no papel titular.
Depois desta estreia, saiu de Portugal e apresentou-se frequentemente durante vários anos na Holanda e na Alemanha cantando, entre centenas de concertos e récitas de opereta e ópera, o papel de Nadir da ópera Os Pescadores de Pérolas de Bizet.
Regressou ao Teatro Nacional de São Carlos na temporada de 1975/6 numa relação que se manteve constante até à temporada de 1985/6, quando se despediu cantando Beppe na estreia mundial da ópera As Três Máscaras de Maria de Lourdes Martins.
No nosso palco deu provas de um grande ecletismo, tendo interpretado Ippolito em La spinalba, D. Gil Vaz em As Guerras do Alecrim e da Manjerona, Conde Asdrúbal em O Amor Industrioso; e, também, Pinkerton em Madama Butterfly (ao lado de Fernanda Nunes e de Gilda Cruz Romo), o Mensageiro da Elektra com Danila Mastilovic e Regina Resnik, Rodolfo de La bohème, Rinuccio em Gianni Schicchi (ao lado de Aldo Protti), o Cantor Italiano em Der Rosenkavalier, para além de participações em Le nozze di Figaro, Der Fliegende Holländer, Lohengrin, Salomé, Parsifal, Macbeth e Tristan und Isolde.
O Conselho de Administração do OPART e a Direção Artística do Teatro Nacional de São Carlos relembram um artista que tantas vezes subiu ao palco do Teatro Nacional de São Caros e que está ligado a importantes memórias do nosso Teatro e apresentam, ainda, as mais sentidas condolências à família e a todos os amigos.
Fotografia: Vasco Gil no papel de “Rodolfo” (La bohème)
Fonte: https://www.facebook.com/Vasco-Gil-Tenor-117137158331511
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