Três vozes da música italiana da primeira metade do século XX revelam, entre tradição e modernidade, o fascínio pela herança histórica e a força das linguagens sinfónicas destas décadas turbulentas. Na delicada Vivaldiana per orchestra, Gian Francesco Malipiero evoca o barroco italiano e, em particular, o legado de um dos seus mais destacados compositores, Antonio Vivaldi, a quem dedicou esta notável obra de recuperação formal e estilística. O Concerto para violino em Sol menor, Op. 31 de Mario Castelnuovo-Tedesco, estreado em 1924, afirma-se como um dos seus primeiros marcos sinfónicos: uma obra luminosa que conjuga lirismo italiano com uma sólida construção instrumental. Já em Feste romane, o terceiro painel da célebre Trilogia Romana, Ottorino Respighi explora os ecos dos ritos ancestrais e das festas populares da «Cidade Eterna», através de uma escrita orquestral de cores deslumbrantes e energia arrebatadora. Ao trazer a palco a música de Malipiero, Castelnuovo-Tedesco e Respighi, este programa dará voz a três formas de ligar a identidade italiana a uma modernidade internacional, projetando a tradição nacional à luz de novos horizontes musicais.

Caberá ao premiado violinista italiano Domenico Nordio ser o solista convidado deste concerto no Centro Cultural de Belém, acompanhado pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, sob a direção do maestro Antonio Pirolli.

Eis um percurso pela modernidade italiana, onde memória e inovação se entrelaçam em três obras que celebram a vitalidade da música sinfónica do século XX.